Sábado, 24 de Agosto de 2013.
Deixei Madrid no mesmo horário, no mesmo trem e sem as mesmas dúvidas da semana anterior. Chegando em Robledo, peguei o mesmo ônibus, com o mesmo motorista, mas com pessoas diferentes: um grupo de senhoras que veio conversando o tempo todo, entre elas e comigo. Já sabiam, claro, o porquê de eu estar ali.
Plaza de España. Sem corrida de bicicleta, segui pela escadaria, a Calle Santa Maria. Cheguei na igreja, e a visitação estava dividida em grupos. Eu fiquei no grupo 4. Meu amigo, o Sr. Cura, estava lá e me reconheceu.
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O Sr. Cura! |
Confirmei a minha impressão de quando o conheci. Antônio é um homem culto, que fala muito bem inglês e também um pouco de português. Não me surpreenderia se descobrisse que ele fala outras línguas além dessas. Fiquei positivamente surpreso, pois na entrada da igreja, era ele a fazer a apresentação dos séculos de história daquele lugar, a (re)construção da catedral, o porquê das obras, custos, gastos e incentivos do governo. Foi espetacular, e ficou clara sua empolgação com aquela descoberta, e com o que estava acontecendo a nossa volta. Posso estar enganado, mas dele é a energia propulsora que faz as coisas andarem. Como no dia da missa, ele atendia todos muito cordialmente, fôssemos da cidade ou não.
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Antessala. Aguardando para entrar na nave da igreja |
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Vista da nave, a partir do balcão superior |
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Na nave, olhando para o balcão |
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Sim! Subimos nesses andaimes! |
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O padre nos contou que um garotinho perguntou se aquele era o intestino do dragão... :) |
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Confiança é tudo! ;) |
Vídeo de cinegrafista completamente amador pendurado em andaimes.
De todas essas pessoas, eu fui o último a descer.
Tinha que aproveitar ao máximo aqueles minutos. No final, sobramos eu e o restaurador, o Carlos, que curiosamente tinha o mesmo nome da pessoa que me possibilitou estar ali, o meu amigo do ponto de ônibus. Conversamos, eu disse que era engenheiro, e que também gostava de escrever. Falei do meu conto publicado em 2012, e ele ficou surpreso com a semelhança entre as duas histórias. Me deu até o cartão dele!
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Obrigado pela foto, Carlos! |
Na saída, conversei com Antônio. Disse a ele que tinha sido um prazer estar ali, e tenho certeza que isso estava estampado na minha cara. Ele sorriu e me respondeu com um sincero Me alegro muito!.
Obrigado, Robledo de Chavela, por essa aventura inesquecível.
*****
Isso tudo para dizer que essa história toda, a história por trás da história do meu conto, curiosamente aconteceu depois de ele ter sido escrito e publicado.
E por isso, a história sobre a vida de um certo monge, contada em 2012 mas para sempre em meu coração - idealizada para ser um início - acabou tornando-se o meio de uma história ainda maior.
Um caso de "inspiração tardia", em que as influências vêm meses depois? Quem saberá?
E se considerarmos o período medieval, aquilo que chamei de início (a minha aventura robledana) é apenas mais uma parte do meio, e o final talvez acabe com a descoberta de ainda mais dragões em Robledo de Chavela, ou com a descoberta de outros dragões em outras igrejas (talvez num povoado entre a Bélgica e a França), ou ainda, numa pequena ilha na laguna de Veneza...
Porque como eu já disse e continuarei dizendo, hc svnt dracones...
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Um comentário:
Excelente post, Carlos.
Definitivamente não existem coincidências.
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