sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Parte 7, última parada: Robledo de Chavela.


Sábado, 24 de Agosto de 2013.

Deixei Madrid no mesmo horário, no mesmo trem e sem as mesmas dúvidas da semana anterior. Chegando em Robledo, peguei o mesmo ônibus, com o mesmo motorista, mas com pessoas diferentes: um grupo de senhoras que veio conversando o tempo todo, entre elas e comigo. Já sabiam, claro, o porquê de eu estar ali.


Plaza de España. Sem corrida de bicicleta, segui pela escadaria, a Calle Santa Maria. Cheguei na igreja, e a visitação estava dividida em grupos. Eu fiquei no grupo 4. Meu amigo, o Sr. Cura, estava lá e me reconheceu.



O Sr. Cura!

Confirmei a minha impressão de quando o conheci. Antônio é um homem culto, que fala muito bem inglês e também um pouco de português. Não me surpreenderia se descobrisse que ele fala outras línguas além dessas. Fiquei positivamente surpreso, pois na entrada da igreja, era ele a fazer a apresentação dos séculos de história daquele lugar, a (re)construção da catedral, o porquê das obras, custos, gastos e incentivos do governo. Foi espetacular, e ficou clara sua empolgação com aquela descoberta, e com o que estava acontecendo a nossa volta. Posso estar enganado, mas dele é a energia propulsora que faz as coisas andarem. Como no dia da missa, ele atendia todos muito cordialmente, fôssemos da cidade ou não.



Antessala. Aguardando para entrar na nave da igreja

Vista da nave, a partir do balcão superior

Na nave, olhando para o balcão





Sim! Subimos nesses andaimes!

O padre nos contou que um garotinho perguntou se aquele era o intestino do dragão...  :)

Confiança é tudo!    ;)




Vídeo de cinegrafista completamente amador pendurado em andaimes.



De todas essas pessoas, eu fui o último a descer.


Tinha que aproveitar ao máximo aqueles minutos. No final, sobramos eu e o restaurador, o Carlos, que curiosamente tinha o mesmo nome da pessoa que me possibilitou estar ali, o meu amigo do ponto de ônibus. Conversamos, eu disse que era engenheiro, e que também gostava de escrever. Falei do meu conto publicado em 2012, e ele ficou surpreso com a semelhança entre as duas histórias. Me deu até o cartão dele!

Obrigado pela foto, Carlos!

Na saída, conversei com Antônio. Disse a ele que tinha sido um prazer estar ali, e tenho certeza que isso estava estampado na minha cara. Ele sorriu e me respondeu com um sincero Me alegro muito!.


Obrigado, Robledo de Chavela, por essa aventura inesquecível.



*****



Isso tudo para dizer que essa história toda, a história por trás da história do meu conto, curiosamente aconteceu depois de ele ter sido escrito e publicado.

E por isso, a história sobre a vida de um certo monge, contada em 2012 mas para sempre em meu coração - idealizada para ser um início - acabou tornando-se o meio de uma história ainda maior.

Um caso de "inspiração tardia", em que as influências vêm meses depois? Quem saberá?

E se considerarmos o período medieval, aquilo que chamei de início (a minha aventura robledana) é apenas mais uma parte do meio, e o final talvez acabe com a descoberta de ainda mais dragões em Robledo de Chavela, ou com a descoberta de outros dragões em outras igrejas (talvez num povoado entre a Bélgica e a França), ou ainda, numa pequena ilha na laguna de Veneza...

Porque como eu já disse e continuarei dizendo, hc svnt dracones...

Um comentário:

Sra. Confitê disse...

Excelente post, Carlos.
Definitivamente não existem coincidências.